quinta-feira, 13 de dezembro de 2007





Negra Forte

Numa noite fria de inverno cortante
Em uma tapera deserta.
Com ventos de todos os lados
Invadindo todas as frestas, o frio cortava.
A pele negra da jovem solitária
Que tirou a talha do chão e a colocou sobre a mesa
Encheu a caneca de barro com água e bebeu.
Seu corpo franzino estava frágil.
Depois de mais um dia de muito trabalho
Sentou na cadeira de palha e sonhou
Com o dia que não mais seria preciso tanto trabalhar
Com o dia que seu trabalho enfim seria reconhecido
E não mais explorado por pessoas
Que a tinham como objeto de uso pessoal.
A noite era fria,
Mas era sua, para o seu descanso e repouso.
Até que surgisse o sol para acordá-la,
Pra ordenhar as vacas
E levar o leite fresco para sustentar os filhos de seu senhor e sua Ama;
Para que crescessem sadios e imponentes
E fossem também, Senhores de seus escravos na terra de um povo;
Que ainda sonhava com a liberdade!

Lili Ribeiro
31/05/07

Um comentário:

Crazy Mary disse...

Oi tia!
Eu também tenho um blog agora!
rs
Me visita la também hein rs
Bjaum!!