quinta-feira, 20 de dezembro de 2007



Alagados

Alagados, moradores beira rios.
Todos sonham com o dia
Que não precisarão ficar ali
Pedras, porcos e ratos, entram casa adentro.
E ela sobe aos poucos, ou bem depressa.
Disso depende o tempo e o volume das águas.
Sempre!
O céu cinzento traz novo desalento
A essa gente que vê suas vidas transformadas num momento
Parece absurdo, mas uma tempestade vem e outra também.
Não há invento nem tempo
Que apresente algo novo a esse povo
Que sofre as amarguras e os desalentos
De perder seus bens e seus entes
Que antes eram
Gente!
E hoje, muitos deles, já não têm nem mais identidade.
Um povo que supera a cada dia
Suas mazelas, num desespero inerente.
E a busca constante de sobreviver aos ataques
Que a vida os obriga a enfrentar
A cada dia,
Que se passa as margens dos rios, e da sociedade.
Mais uma eleição vem e com ela é servida mais uma porção de ilusão
De não mais passar fome e nem sofrer com tantas doenças
Inocentes, acreditam no novo tempo.
E entregam a sua única força ao mais vil vilão.
Seu voto inocente, até mesmo,
Por alguns dentes.
Mas é somente por poucos dias e logo a esperança se vai.
Nas novas torrentes que os assombra novamente.
Nada muda, mais um político se elege.
E nada de novo realmente acontece.

Lili Ribeiro


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