segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Todo Amor Que Houver Nesta Vida

Todo Amor Que Houver Nesta Vida

Quando lembro das decadências dos homens fortes
Os líderes desmoronarem dos seus castelos
Penso na impotência, no momento da queda.
Remorso talvez tenha, mas de que adianta?
O tempo não volta e consertar um erro nem sempre é possível
Vai-se a esperança de um povo ou o que resta dele
Na fumaça dos escombros,
Perdidas ilusões de uma nação mal conduzida.
Que paga o preço mais alto possível,
Vendo seus filhos ainda tão jovens
Dar a sua vida por uma pátria que guerreia
E derrama o sangue de inocentes que não pediram a guerra
Mas são obrigados a manchar de vermelho o chão
Onde deveria ali,
Plantar o seu sustento
Paga o nobre.
Paga o rico, paga o pobre.
É infeliz quem manda o míssil
E mais ainda quem o recebe.
Tola ilusão de poder domina o homem.
Que leva a fome a desgraça e a morte.
Triste sorte de um povo que não vê saída
Se não pedir a Deus, que leve o bom senso aos corações.
Dos líderes destas nações,
Para que em vez de guerra façam-se a paz.
Em vez de sangue nos campos,
Haja o pão.
Em vez de canhões.
Haja flores.
E que abunde em seus corações,
Todo amor que houver nesta vida.
Para que reine a paz.

Lili Ribeiro
03/06/07

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Quem Sou Eu

Quem Sou Eu?

Eu sou a ilha que se perdeu no mar
Eu sou a rosa que murchou ainda em botão
E sou a praia deserta habitada por pássaros silvestres
Eu sou o alvorecer de um novo dia
Eu sou a lua cheia, a lua de prata.
Eu sou o néctar das flores
Que o beija-flor não colheu
Eu sou a chuva que cai de mansinho
Preparando a terra para um novo semear
Eu sou a fruta que caiu da árvore e ninguém comeu
Eu sou o suspiro dos ventos e a bruma que esconde a noite
Eu sou como os faróis acesos dos carros desgovernados
Eu sou a pedra bruta que ainda não foi lapidada
Eu sou o orvalho
Eu sou a semente
Eu sou a erva que cura e a erva que mata
Eu sou o sal.
Eu sou os dois lados da rua que você não cruzou.
Eu sou a gaivota, e a asa delta.
Eu sou o gavião
Eu sou a gralha.
Eu sou assim,
Sou como o rio, mas sou o mar.
Eu sou a borboleta que você viu voar
Eu sou como as crianças que riem logo depois de chorar
Eu sou como o vento leve, que acaricia sua pele, delicadamente.
Eu sou o cheiro da terra
Eu sou a estrada deserta, que muitos têm medo de atravessar.
Eu sou como o vinho suave,
Degustado em frente à lareira numa noite de inverno
Eu sou a chave mestra que desvenda os segredos
Eu sou como a lava de um vulcão
Sou a imensidão.
Eu sou assim,
Um mistério que ninguém pode desvendar.

Lili Ribeiro

terça-feira, 18 de setembro de 2007

fala-me de Ti

Fala-me de Ti

Fala-me de ti
Mande notícias.
Se faz sol, se faz calor.
No meu coração
Sempre haverá lugar para o seu amor.
Fala-me de ti,
Meu inesquecível e grande amor
Por onde andas e o que pretendes?
Volta pro seu ninho
Meu querido beija-flor.
Fala-me de ti,
Conta-me que sentes saudades
E que contas às estrelas
Como aos minutos que me afastam de ti.
Fala-me de ti,
Conta-me as historias que sonhou
E não viveu;
Conta-me os seus sonhos,
Onde para ti eu me entreguei
Manda-me notícias da maneira que quiser;
Mande um pombo branco
Ou de qualquer outra cor,
Nem mesmo me importo
Se por um cisne ou beija-flor.
Mas mande me dizer
Que está voltando,
Até mesmo nas asas de um condor.

Lili Ribeiro
16/06/07

Mais Uma Taça

Mais uma taça

Ergo a taça, sobe o vinho.
Brindo à vida, brindo à sorte.
Mais um gole de mágoas
Mais uma taça de lágrimas
Que você deixou derramar.
Brindemos à vida, com taças amargas.
Brindemos à sorte
Que mesmo engasgada desce gelada.
Esta incerteza.
Aceitar-te ou não?
Degustar mais um gole da tua invasão.
Aceita-la ou joga-la ao chão?
Eis a questão.
Se vida estiver,
Brindemo-la então.
Brindemos à vida!
Sufocando-a com mais uma taça de ti.
Embriago-me convicto
Que sou fraco aos teus sentidos.

Lili Ribeiro
06/07/07

nesta noite

Nesta noite

Acaricia-me nesta noite de inverno
Com o calor do seu corpo
Deixe-me sentir seus braços a me aquecer
E o aroma do seu perfume invadir todo o ar
Nos lençóis macios me deite suavemente
Com seus beijos ardentes.
Cubra o meu corpo com o seu
Aqueça-me com suas mãos,
Deslizando suavemente por toda a minha derme
Até chegar ao meu pé.
Depois me cheire.
Sinta o meu perfume em harmonia com o seu
Façamos desta noite
A mais sublime das noites
Onde os amantes se entregam
E se amam com a intensidade
E desfrutemo-nos,
Do prazer de domar e possuir
Um ao outro.
No mais puro ato de amar.

LiliRibeiro
26/07/07

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Rio Que Te Quero Lindo

Rio que te quero lindo!

Em todas às suas luas e suas marés
Teus montes e teus vales
Tuas planícies e tuas praças
A de Olavo, e de tantos outros.
Escritores.
Monumentos gigantes
Corcovado e sua mata
A nossa mata, floresta da Tijuca.
Arpoador, ao pôr-do-sol.
E seus raios dourados sobre o mar.
Copacabana, princesinha na aurora.
Á me acordar.
Rua do ouvidor e seus cafés nos tempos
De outrora
Meu Rio, de tantas vitórias.
E ainda hoje brilha entre tantas outras
De outros Césares.
Meu Rio que te quero livre
De tantos filhos seus, morando em calçadas.
De seus velhos, dormindo nas filas dos hospitais.
Meu Rio, que te quero ver do Pão- de- Açúcar.
Até ao pico da Tijuca, sem lamentar as baixas.
Pelas balas perdidas
Balas no asfalto, as que vêm do alto.
Ou não!
Rio, que te quero livre de tantos pés descalços.
Rio, que te quero lindo!
Com as praças cheias de estudantes
A caminho da escola.
Rio, que te quero livre de tantas bocas vazias.
Sem ter o que engolir ou agradecer
Largo da Carioca e de São Francisco
Sem tanto lixo.
Praça Tiradentes, com tanta gente, (sem eles.).
Dormindo ao relento e olhando para o alto.
De lá, as estrelas brilham e contemplam.
A beleza deste Rio, com suas mazelas e queixas.
As suas praias e gueixas.
As noites cariocas e seus risos
As favelas, mata à dentro, matando lá dentro.
Ou morrendo?
Crescendo e crescendo!
Rio, que te quero rindo.
Ver à lua contemplando, o cristo, que contempla,
Mais um César,
Caindo!

Lili Ribeiro

As Coisas Simples Que Não se Contam

As coisas simples que não contam

Eu queria que o mundo parasse
Pelo menos uma hora por dia
Para eu fugir daqui só um pouquinho
Correr pra bem longe e buscar os abraços
Que deixei lá longe do outro lado do tempo
As horas voam e eu me perco com tantas coisas
Que nem são minhas
Ai, quanta saudade daquela vidinha,
Que eu tinha.
Andava sozinha e nem sentia falta de ninguém
Pois eu os tinha.
Agora não tenho mais a minha tão simples vidinha.
E nem sou mais tão minha
Não acho tempo pra ficar comigo
As horas correm e o tempo passa.
E eu não tenho as horas que eu tinha,
Pra ser só minha.
E ganhar aqueles simples abraços
Que eu nem me importava tanto com eles
Pois eu sabia que eram meus.
E eles não pareciam tão importantes assim
Eu queria só um tempo
Roubar algumas horas
Desse mundo turbulento em que vivo
Pra buscar aquelas alegrias
Que antes nem pareciam me fazer tão feliz
Pois na verdade o que nos faz feliz
São as coisas mais simples
Que quase não nos custam nada
Mas quão caras são,
Quando as perdemos.

Lilli Ribeiro
03/08/07

Uma só Vida

Uma só vida.

Fala-me das flores, mas não me fala das dores.
Conta-me suas vitórias e esqueça as tuas derrotas
Pintas o céu de azul ou da cor das rosas
Mas não o deixe tão cinzento
Igual às noites de inverno
Nas quais me deixastes sozinha
Crie um caminho e entre mata à dentro
Traga as pedras preciosas e deixe as pedras brutas
Não questione o sol nem chame à chuva
Pare um pouco e olhe à lua
Veja que ela não é só sua
Pois todos a vêem lá da rua.
Traga-me um porto
Mesmo que não seja tão seguro
Traga-me às noites frescas de outrora
E os sonhos que em mim deixei morrer
Faça-os renascer
Para que eles fluam feito às marés
Batendo nas rochas
Trazendo conchas multicoloridas
Pra encantar de novo a vida
A sua
A minha
As nossas vidas que juntas formam
Uma só vida!

Lili Ribeiro
02/09/07

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

valsa dos sonhos

Valsa dos sonhos

No delírio dos meus sonhos
Vejo-te cada vez mais perto
Não sei onde estais
Mas sinto-te aqui
Nos meus sonhos, vejo-te sorrindo.
Sempre em frente de braços abertos.
Pronto para acolher-me dentro deles
Teus olhos negros como a noite
Trazem o brilho de um diamante raro
E no imaginário dos meus sonhos
Viajo pelo céu numa noite de estrelas
Tantas delas num negro véu cintilante
Coberto por muitos destes diamantes.
Entrego-me em seus braços
E valsamos com a melodia dos anjos
Que observam e guardam,
O nosso eterno enamorar.
E bailamos noite afora
Entoando um soneto de felicidade
Que encanta os meus sonhos.
Por mais absurdo que seja,
Sempre haverá você,
Em todas as noites da minha vida.
As recordações que tenho de ti
Fazem-me viver em plena sintonia
Com o invisível e o irreal
E sempre que posso,
Vivo estes sonhos e delírios.
E trago-te para valsarmos nas noites
Cintilantes entre estrelas diamantes
Até o romper da aurora.
Com o canto dos pássaros
A nos acordar.

Lili Ribeiro
29/07/07

Pelas Ruas

Pelas ruas

Pelas praças, muitas delas.
Pés descalços
Parecem sem pátria.
Sofrendo ao relento
As mães que amamentam.
Com seus seios vazios
E o coração cheio de dores.
A dor que cobra
Uma só razão para viver.
O dia amanhece e um pouco mais adormece.
E nada...! Nada acontece.
O mesmo olhar perdido,
Das crianças esquecidas,
Repete-se;
Algumas choram e outras, apenas fitam,
O raio da luz de mais um dia,
Que com o decorrer das horas
Perde-se com as incandescentes.
Outras se calam...
E esperam.
Mas esperar por quem e por quê?
Se o amanhã não vem!
O presente é sempre o mesmo tempo, presente.
Um dia após outro
Com os olhares perdidos no horizonte.
Mas que horizonte?
Se o tempo presente não vê futuro?
As pessoas sempre vão e voltam,
Elas passam e passam
E elas vêem;
Que elas sempre tem
Um olhar distante
Sempre distante
Um olhar perdido no horizonte.

Lili Ribeiro
06/07/07

Liberdade de pensar

Liberdade de pensar
Pensamento
Liberdade incrível
Cortando por entre as matas
Sem barreiras
E sem fronteiras
Não há escuro
Não há muros
Traz simplesmente a lembrança
De muitos abraços
Pensamentos
Que te traz de tão longe
E te coloca aqui do meu lado
Pensamento
Lento ou rápido
Voando em disparate
Querendo chegar a mil
Com pensamento firme
Chego a afirmar
Que te vi.
Lili Ribeiro

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Paz

Paz
As vezes fico a pensar
Nas pessoas que voam de repente,
Nas coisas que fizeram de bom ou de mau
Como seria bom
Se fôssemos sempre sinceros,
Com os outros e com nós mesmos;
Talvez evitássemos
Tristezas futuras para todos
Pois tudo que no fundo desejamos
É Ter paz
E transmitir paz
Porque sem ela
Nada podemos fazer
Ou receber.
Lili Ribeiro

Liberdade

Liberdade
Liberdade
Para voar tão alto
Onde minha imaginação
Puder me levar.
Até alcançar o lume das estrelas
E penetrar no infinito
Pra subir na mais alta montanha.
E de lá poder gritar,
Soltar meu grito,
Sem dizer nada
Simplesmente gritar
Gritar tão alto
Pra fazer me ouvir
Em toda a extensão da terra
Acordar os pássaros
Agitar todas as águas.
Pois sou potente.
Sou livre.
Livre para o amor,
Livre para sonhar,
Livre para alcançar todas as dádivas
As que me forem concedidas
Livre dos conflitos dos preconceitos
Pra sentir emoções, paixões, gratidão
Pra sentir o vento,
Pra sentir o sol, a chuva
Pra expulsar o medo
Liberdade,
Pra resgatar a vida
Que esvaindo aos poucos se vai
Pra sair, voltar, gritar, sentir,
Viver, amar buscar;
Liberdade,
Pra dizer simplesmente,
Eu te amo
Liberdade!

Lili Ribeiro

Fuga

FUGA
Depois da chuva ,o sol desponta no horizonte.
A calmaria de uma tímida manhã
É interrompida por tiros ensurdecedores,
Disparados por alguns homens
De dentro de um carro,
Que passou em alta velocidade.
Pânico a seguir de fuga;
Encostando em um muro, ando as pressas
Tentando não ser vista.
De repente a calçada parece menor
Me sinto espremida pelos muros
Ando rápido sem olhar para trás;
A rua se fecha em túnel.
Parece não haver saída
Olhando para o alto tento ver o céu,
Mas que céu? Não há céu!
Vejo apenas uma cavidade escura
Coberta por um manto negro
E sem opção me envolvo neste manto
Tentado me esconder
Mas me esconder de que?
Nem os tiros ouço mais;
E como se mágica fosse
O manto negro se abre
E me vejo em meio a um fio de claridade
Num instante um pesadelo
Que em sonho se transforma
E parece real.
Uma nova terra surge
Uma densa floresta em meio á montanha,
Posso ver e sentir o cheiro da terra úmida
Pela chuva mansa que cai suavemente;
Levo meu olhar ao longe
Mas pouco posso ver
Pois as árvores
Começam a se esconder
Na bruma que se aproxima.
Ando nas trilhas encontradas
Que não me levam a lugar algum
E cansada me ponho a reclamar.
Depois de muito andar cheguei a uma casa
Que mais parecia ter saído
De um conto de fadas
Tão acolhedora e quente
Com móveis antigos e mesa de cristal
E ando por toda casa, procurando à saída
E ainda sem paciência
Continuo a reclamar.
Uma voz mansa me chama;
Parecendo fada de tão bonita a senhora
Com um gesto feito
Com indicador na frente da boca
Pede para eu me calar
Me oferece bolinhos de arroz
E caminha ao meu lado em silêncio.
Já não reclamo nem murmuro,
Apenas ouço o silêncio daquele lugar;
E cansada de procurar a saída
Eis que surge um senhor
De barba e cabelos brancos;
E mais calma posso admirar
O sorriso doce de um ancião,
Que calmamente estende a mão,
Anunciando à saída.
E logo vejo a minha frente
Uma porta frágil
Com vidraças limpas
Generosamente aberta.
A bruma continua
Mas já posso ver à saída
E num sonho perfumado
Subo a montanha;
Do alto,
Avisto o mar, a cidade ao longe,
Ainda sigo a trilha,
Agora coberta
Por pétalas de rosas vermelhas
Ainda não está bem claro
Não vejo o mar tão azul
Mas no horizonte já está brotando o sol
E logo um arco-íris começa a surgir.
Lili Ribeiro

Janelas do Tempo

JANELAS DO TEMPO

Quando jovem, sonhei com um futuro bom.
E corri tanto para realizar meus sonhos!
Chorei, desejei, xinguei, busquei tanta coisa;
Atirei pedras e muitas delas colhi.
Cavei a vida com as mãos
Os buracos ainda estão lá
Colhi flores, sem querer guardei os espinhos.
Porque as pétalas murcharam cedo demais
Hoje, com o passar do tempo, sinto que já
Não tenho tanto tempo. E o tempo me falta
Até para ver o tempo que se vai
Já não paro para olhar o céu
A lua que em todas as fases sempre me encantou
Eu já nem a noto mais
A que mais me chama a atenção é a lua cheia
Como é linda e misteriosa!
Lembro-me que muitas vezes me perguntei
Pelas histórias que ela presenciou
Quantas verdades e mentiras ela silenciou
Durante algum tempo ao amanhecer e ver
As folhas orvalhadas eu dizia: “Hoje a lua chorou!”.
De quem será a história que mais uma vez ela ocultou?
Sempre que posso tento perguntar para as estrelas se elas
Também sabem os segredos que a lua guardou.
Hoje penso no tempo que se foi com saudade
Quantos abraços!
Quantos amigos que jamais abraçarei novamente
Tantas marcas de feridas,
Cicatrizes que não somem feito tatuagem enrustida,
Tatuagem curtida, na pele seca envelhecida pelo tempo.
O tempo que passei olhando da janela,
Janela da alma.
Janelas entreabertas.
Janelas fechadas que por falta de tempo não abri
Às vezes fico a me perguntar o que teria por trás delas.
Um vasto jardim, Uma montanha de pedras, Não sei.
Mas gostaria de tê-las aberto. Gostaria de ter cruzado o jardim
Gostaria de ter escalado a montanha de pedra
Talvez encontrasse água fresca no final da escalada.
Janelas que não abri, jamais irei saber o que teria por trás delas.
O tempo a cada dia se faz menor
Não quero contar janelas, nem o tempo.
Mas se alguma janela ainda tiver para abrir, irei abri-la.
Para desvendar os segredos da minha vida, das nossas vidas!
Quero buscar o que tem do outro lado dela,
As alegrias dos meus amigos
Se for preciso ajudá-los a desvendar seus segredos
E abrirem suas próprias janelas.
Sejam elas de castelos, barracos ou senzalas, não importa.
Pois na minha vida tive todas elas
Não sei qual delas mais me assustou, se as dos castelos ou das senzalas.
Porém, sei que muitas ficaram fechadas e que o tempo não mais me permitirá abri-las.
Mas virão outras janelas e ainda não sei o que haverá do outro lado delas.
Janelas do passado, fechadas e abertas,
Janelas que vivi e deixei de viver.
Janelas do futuro que irei abri-las ou não
O tempo irá dizer.
Janelas dos segredos que irei ou não contar para a lua
Janelas entreabertas, as janelas da indecisão.
Janelas fechadas. Segredos ocultos ou medo?
Janelas abertas, janelas da vida que o tempo irá fechar ou não.

Lili Ribeiro