quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Saudade e Sangue

Saudade e Sangue

Os dias parecem não querer passar
A saudade aumenta com o decorrer das horas
Você não manda notícias
O seu perfume ainda paira no ar
Até quando terei que esperar?
Os dias vão, os dias vem
Mas você não;
Procuro conforto e preencho o vazio
Que você deixou
Com as lembranças dos seus abraços,
Dos seus beijos
Que ainda estão cravados em meu coração
Como se fosse por punhal ferido de morte
E sangra e molha os olhos com gotas quentes
Do sangue que jorra
Manchando e empalidecendo-me a face
Quase me desfaleço por ti
Mas retomo as forças, preciso te esperar.
Volta meu amor
Vota com a chuva
Volta com o vento
Volta com a lua
Mas volta meu amor
Volta pra nos dois.

Lili Ribeiro

Repousar

Repousar
Ando entre pedras
Grande quantidade delas,
Muitas pedras.
O caminho é longo
Numa trilha arenosa.
E o vento quando sopra, é tempestade.
Tempestade de areia
Ao lado da trilha passa um rio
Um manancial de águas claras
Mas não posso tocá-lo.
Sinto-me cansada, cansada demais.
Andando na trilha, admiro as flores.
Elas estão logo ali
Mas não são para mim
Do outro lado da margem tem lírios e tulipas
Mas na trilha tem pedrinhas, pedras grandes.
E de todo tamanho
Pedras verdes, brancas e amarelas, muitas delas.
E os cristais que vem do céu, se banham nas águas.
O sol que brilha me ilumina e me traz calor
Que me da vida e me traz coragem
Pra continuar entre as pedras e na trilha caminhar
Até chegar a margem do rio e mergulhar
Pra refrescar a alma
E descansar os pés
Que calejados estão
Da vida, da poeira, da tempestade de areia.
Que se junta ao suor do meu corpo e se funde
E arranha e corta o coração
Que chora e sangra
E mergulhando ali
Refresco-me
E vou,
Feito borboleta
Voando... Voando... Voando!
Repousar.

Li li Ribeiro

Amo à Ti Senhor

AMO A TI SENHOR
Senhor
Tu que habitas o céu
E conheces toda a extensão da terra
E tudo que nela há
Tu és o Deus que eu amo!
Senhor
Tu que conheces os segredos dos mares
Conhece os caminhos dos ventos
E podes contar cada gota de orvalho
Derramada numa noite,
Em toda a extensão da terra,
Tu és o Deus que me sondas
E conheces o meu coração
Senhor
Tu que podes contar cada grão de areia
E a cada folha de todas as árvores
Cuidas dos meus sonhos,
Cuida da minha alma
Olhe pela minha família,
Conta para eles, que eu os amo.
Senhor
Tu que sustenta as aves
E toda a carne da terra
Tu és o Deus que me sustem
Tu és o Deus que pinta
Todas as pétalas das flores e
Cortas os leitos dos rios.
Tu és o Deus que me ama
Senhor
Tu és o Deus que sustenta o abatido
E abate o desbravador,
Tu és o Deus que invades as trevas
E trazes a luz
Pois tu és a luz
Tu és o Deus que resgata
As almas do inferno
Trazendo-as a verdade.
Tu és o meu Deus
O Deus que me ama
Tu és o Deus que eu amo!!!
Amém.
Lili Ribeiro

Miragem

Miragem
Diante de um plácido rio
Eu estava
Quando tu caminhavas
Em minha direção
No reflexo das águas
Vi seu rosto resplandecendo,
Como num espelho
Tão nítida a imagem
Que parecia ser miragem
Que lindo milagre!
Que longa viagem!
Assim, eu te busco
Do teu infinito silêncio
No teu esconderijo mais que oculto
Muito distante
E somente através destas plácidas águas
Posso te possuir
Imaginando seu corpo nu
Se aproximando
Pisando este imenso tapete verde
Que a natureza tece
Não! Não toque nesta água,
Não a turve
Deixe-me ver
Teu corpo se aproximando
Me tocando ao relento
Neste finalzinho de lua
Deixe-me tocar seu corpo
Te possuir
Sentir tua mão atrevida
Me buscando, me possuindo
Na beira deste rio.
Não! Não! O vento sopra a água
Tua imagem não é mais a mesma
Está indo, que saudade
Quanta falta me faz
Nem podes imaginar
O gélido vazio que deixastes
Mas eu tenho este plácido rio
Eu tenho esta saudade
Que pôr alguns segundos
Me faz sonhar,
Com a sua volta.
Lili Ribeiro

Saudade da Infância

saudade da Infância
Estou tentando fugir
Quem sabe de algum credor!
Estou buscando prazer
Em algo abstrato
Quem sabe me iludindo
Com alguma promessa.
A tal promessa que eu acreditei,
Hoje só lembrança,
Só saudade.
Saudade de quem mais?
Daquele presidente que se foi?
Do dinheiro que tive ontem?
Ou daquela cor morena que contou nove pontos?
Sim! Porque dez conto eu.
Saudade do sorvete da Bahia,
Ou da bala de menta que acabou?
Saudade da minha infância!
Da bolada na vidraça da janela da vizinha,
Quanto palavrão!
Quanta praga!
Criança imbecil
Vá jogar bola na...
Casa da mamãe, casa da vovó.
Bolinho de fubá, bolinho de araruta
Devorava quase tudo
Como ela reclamava:
Sai pra lá seu...
Filho da madrinha,
Que malandro!
Roubava sempre meus chocolates
Bem feito, no fim do dia
Estava com piriri
Merda rala,
Vitamina de abacate
Era o que Luzia mais gostava
Na jaqueira tinha noiva meia noite
Dona Dadá, essa adorava andar sem calças
Dona Dalva, tomava um porre todo dia
Depois que se olhava no espelho.
Pensando bem, acho que estou com saudade
De um chocolate quente,
Igual ao que Dadade fazia
Não, não, pensando bem
Vou tomar um banho no rio!
Lili Ribeiro

Tristeza

Tristeza

Hoje o dia amanheceu meio chuvoso
Parecendo um desses dias intermináveis
Que custam a passar
Olhei da janela com certa preguiça
Com vontade de voltar ao sono que antes eu estava
Depois de um gole de café amargo
Vesti um agasalho e fui ao jardim
E para minha surpresa as flores pareciam sorrir
Ainda orvalhadas estavam
E um doce perfume exalava
Olhei para o céu
E lá ainda estava parecendo já meio cansada
Uma lua de prata
O sol estava com preguiça de aparecer
Aos pouco foi perdendo a timidez
E como se quisesse cumprimentar-me
Abriu seu brilho ofertando-me o seu calor
Que bela manhã se tornou
Tirou-me a tristeza abriu meu sorriso
Devolveu-me a alegria
Voltei para casa olhei-me no espelho
E disse a mim mesma que tristeza é bobagem
Que ela não existe
É apenas um fantasma tentando ofuscar-nos o brilho.

Li li Ribeiro

Dúvidas

Dúvidas
Sempre que volto aqui ,
Me deparo com as mesmas coisas
E as mesmas lembranças,
Até o seu perfume se faz presente.
Tudo vaga numa sombras de nuvens,
Repletas de dúvidas;
Se ainda estivesse aqui ,
Seria mesmo tão bom como foi antes?
Não sei, talvez fosse ainda melhor;
Mas quem terá de fato estas resposta?
Quem irá limpar este sombreado de dúvidas
Que paira entre nós?
Talvez haja respostas ocultas pela falta de coragem,
De nos confrontarmos com a verdade.
Para apagar o medo de revirarmos as nuvens
E mover as sombras
Para trazer de volta o azul do céu,
Que pairava em nossas vidas.
Lili Ribeiro

As Cores do Tempo

As Cores Tempo
Ai; Que bom seria se o mundo fosse mesmo azul.
De azul se veste o céu e de azul o mar finge ser.
Meu mundo está cinza nesse momento.
Melhor assim, pior seria se tivesse negro.
As vezes finjo que não o vejo tão escuro assim,
E o imagino cor de rosa,
Me visto de brisa e tento até borboletear.
Mas não é tão simples assim;
E logo volto a realidade cinza ,
Chamuscada de tristeza e saudade.
Será que um dia ainda irei pisar,
Na areia da praia, com tempo de admira-la?
Sinto saudade do tempo que eu caminhava ao entardecer
Pisando a areia molhada com pés descalços,
Sentindo á água batendo de mansinho em minhas pernas
Eu admirava a lua, as estrelas
E sentia os respingos da água em meu rosto;
Era muito bom!!!
Lili Ribeiro

Depois do Amor

Depois do Amor
Acordo no meio da noite
E fico a admirar a lua,
As vezes perco o silêncio
Procurando você
Procura inútil
Você não está por perto
Foi pra longe, foi pro norte;
Foi um dia pra não mais voltar
Chamo a ti, chamo a vida
Pra morar comigo
Chamo a brisa, chamo a sorte,
Chamo o norte
Pra te trazer de volta
Trazer a noite, trazer a lua;
Buscar o sol, trazer calor
Deixar o suor
Com cheiro de amor
Deixar saudade
E corpos cansados.
Depois a chuva,
Depois o silêncio,
Nos dois unidos
Como num só corpo
Depois do amor
Pra viver o amor.
Lili Ribeiro

Colhendo Estrlas

Colhendo Estrelas

Sinto que posso flutuar
Pela imensa vastidão celeste
Cruzando as galáxias
Cortando cometas
Bailando feito vento
Em meio às rajadas de águas claras
Que me tocam sem me tocar
Frágil feito borboleta
E forte feito um tufão
Vou cortando a negra noite
Que aos poucos prateada se torna
A cada instante voando mais alto
Fluindo entre as estrelas
Eu vou
Rompendo as barreiras
E penetrando o infinito
Os outros agora parecem longe demais
Vejo as grandes águas, as sombras e as montanhas.
Mas nada me assusta
Vou rompendo por entre as nuvens
Colhendo estrelas
Leve como a brisa
Livre como os sonhos
O caminho eu já conheço
Estou chegando em casa
Estou voltando para Deus

Lili Ribeiro

Águas

Águas
As águas correm rio abaixo suavemente
Levando uma linda canção
Com o cheiro agradável
Das ervas que margeiam seu leito
A brisa envolve toda a relva
E por entre as ramagens passa um fino raio de sol
Que num mergulho invasor
Penetra no oculto do seu fluir
Acordando as delicadas criaturas
E colorindo os pequenos seres viventes
Daquele lugar
O som do silêncio se confunde
Com a calmaria que envolve aquela terra.
Terra e água,
É vida!
Que vida tem e que vida dá.
Sem a água não há vida
Não há terra;
E não haverá história pra contar.
Lili Ribeiro

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Contramão

Contramão

Ao nascer do sol,
Gente acordando saindo e chegando
Crianças correndo...
Sorrindo, brincando, estudando
Crianças chorando...
Sofrendo, com fome, cheirando cola, morrendo
Sabado, domingo,
Futebol, piscinão, farofa e hamburgão
Alto da Boa Vista...turista,...
NO LIXÃO se busca o pão
Show na praia ...Copacabana, Arpoador;
O povo canta.
Hospitais sem leitos...
O povo chora, o povo clama
Milhões na praia...Migalhas lá
Crianças mínguam, crianças más
Dia de sol, praia...
Gente saindo, gente chegando
Gente sumindo, gente surfando
Bolsa caindo, coca subindo...,
O morro, vielas, ruas e avenidas
Barracos, casebres, mansões
Todos!
Invadidos por ela
Miseria...Carnaval...
Absurdo, imoral.
A fome o carnaval?
Transito infernal...sangue manchando o asfalto
Bala perdida, Atropelamento,colisão
Não importa!
Está quente demais!
O fim de semana apenas começou
Gente chegando, gente que vai
A estrada que leva é a mesma que traz
A vida em mão dupla
sempre pra frente sempre pra trás.

Lili Ribeir

sábado, 25 de agosto de 2007

Caminho do Vento

Caminho do Vento


Quando ouço o sussurro das águas
Penso no que seria delas sem a existência dos ventos
Na calmaria de um manancial, inerte,
Parecendo sem vida.
O toque dos ventos se faz presente nas águas,
Fazendo calmas ondas ou tempestuosas torrentes;
E levam águas calmas para abrandar a sede
Ou enormes correntezas
Destruindo o que encontrar em sua frente
O homem se parece com o vento
Pode transmitir paz ou tira-la,
Isso depende de onde ele nasce.
Para não entrar em uma tormenta,
Aprenda a observar o vento.

Lili Ribeiro

Caminhos Vazios

Caminhos Vazios
Estou caminhando cansada
E meu olhar cada vez mais baixo
Com tristeza chego a lugares
Onde tudo lembra o nosso passado
Meus pés se acostumaram
Com seus caminhos
Mas tu não passas mais por eles
Me sinto inquieta e triste
Olho para trás e meu olhar
Se perde ainda mais
É tudo Tão desajeitado
Já me sinto esgotada
E tudo por culpa da maldade
Ou será que amo a pessoa errada?
Um vento frio me acompanha
Batendo no meu rosto
Esvoaçando meu cabelo
Ai, a saudade é tamanha!
Chego a ter medo quando penso
Que posso andar o mundo inteiro
E não encontrar você
Há! Se você chegasse agora
Tudo seria mais fácil
Pois o que mais quero no momento
É ter você novamente
Aqui do meu lado
Vem!!!
LILI RIBEIRO

Beijo na Chuva

Ao entardecer depois de um dia tranqüilo
Vejo as ondas lambendo as pedras na praia
Prenúncio de mais uma noite que chega
Ofuscando a luz de mais um dia
De saudade de ti
Olho as aves se acomodando em seus ninhos
Para mais uma noite de descanso.
Pobre de mim que aqui fiquei
A admirar as ondas do mar
Mais uma vez a noite adormece
A maresia parece mais forte
No céu as nuvens mudam a cor
E se juntam para mais uma madrugada de chuva.
Ainda te espero,
Hoje você vem
Sinto seu perfume,seu calor
Você está chegando
Sinto seu corpo junto ao meu;
A chuva começa a cair
E entre abraços
Sinto seu beijo molhado
Por gôtas de cristais que se formam
Em nossas bôcas
Enfeitando o beijo tão esperado
Obeijo molhado pela chuva
Sob os aplausos das ondas do mar.
Lili Ribeiro