As Evas
Hoje me sinto um pouco Eva
Despida de tudo
Dos preconceitos, das virtudes,
Um tanto perdida!
Um paraíso, um manancial e rochas.
As folhas, pra quê?
Não sei por onde ele anda.
O tal, Adão.
Que papel ele tem nessa história?
Qual é o lugar que ele ocupa?
Sinto-me nua e vestida.
Nua de esperança no ser humano
Vestida de medo deles.
Arrastando-me pelo jardim
E encolhendo a mão, pra não colher o fruto.
Que ele me oferece.
Beijo as pedras para não tocá-lo.
Salivando a sede de amar
Bebendo o néctar amargo em taça de ouro branco
O veneno oferecido aos anjos
Mas onde está ele para tirar-me a taça?
Antes fingira para não ver o mensageiro
E ocultou-se atrás dos montes
E olha de longe a toca do lobo
Que o afugenta.
E eu Eva, paro, olho e vejo.
Tudo é só um deserto.
Coberto por um negro céu.
Prenúncio de uma tempestade
Com chuvas fortes e ventania.
Pra levar as folhas secas das árvores.
Que aqui outrora viviam.
Quantas de nós, pobres Evas perdidas.
Por eles esquecidas.
Evas, Cains, Abéis, todos presos na torre de Babel.
Num soneto angelical, pedimos a Deus.
Que nos mande um tempo novo,
Que leve daqui o lobo.
E faça acontecer em dobro.
A paz dos édens esquecidos.
Por eles que são maridos autônomos e livres.
Por tantos pássaros admirados!-
Deixando pelos cantos, as tantas Evas.
Sofridas e caladas.
Por ele a escolhida e rejeitada.
As Evas nuas ainda hoje.
A mulher despida,
A escolhida e ignorada.
Hoje me sinto um pouco Eva
Despida de tudo
Dos preconceitos, das virtudes,
Um tanto perdida!
Um paraíso, um manancial e rochas.
As folhas, pra quê?
Não sei por onde ele anda.
O tal, Adão.
Que papel ele tem nessa história?
Qual é o lugar que ele ocupa?
Sinto-me nua e vestida.
Nua de esperança no ser humano
Vestida de medo deles.
Arrastando-me pelo jardim
E encolhendo a mão, pra não colher o fruto.
Que ele me oferece.
Beijo as pedras para não tocá-lo.
Salivando a sede de amar
Bebendo o néctar amargo em taça de ouro branco
O veneno oferecido aos anjos
Mas onde está ele para tirar-me a taça?
Antes fingira para não ver o mensageiro
E ocultou-se atrás dos montes
E olha de longe a toca do lobo
Que o afugenta.
E eu Eva, paro, olho e vejo.
Tudo é só um deserto.
Coberto por um negro céu.
Prenúncio de uma tempestade
Com chuvas fortes e ventania.
Pra levar as folhas secas das árvores.
Que aqui outrora viviam.
Quantas de nós, pobres Evas perdidas.
Por eles esquecidas.
Evas, Cains, Abéis, todos presos na torre de Babel.
Num soneto angelical, pedimos a Deus.
Que nos mande um tempo novo,
Que leve daqui o lobo.
E faça acontecer em dobro.
A paz dos édens esquecidos.
Por eles que são maridos autônomos e livres.
Por tantos pássaros admirados!-
Deixando pelos cantos, as tantas Evas.
Sofridas e caladas.
Por ele a escolhida e rejeitada.
As Evas nuas ainda hoje.
A mulher despida,
A escolhida e ignorada.
Lili Ribeiro