quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Conflito

Conflito

Conflito medo e angústia
São as coisas mais comuns
Que vimos nos dias de hoje.
As pessoas passam apressadas
Umas pelas outras
E nem fazem questão alguma de conhecerem-se.
E só desconfiança solidão e muito medo
Isto se tornou normal nos tempos atuais
Às vezes tenho a impressão
De que somos obrigados a sermos assim
Pois um gesto de afeto ou carinho
Tornou-se ultrapassado
Pobre de nós quando pensamos assim
Tornamos-nos hipócritas
Ao pensarmos que somos capazes
De vivermos entre tantos e sós ao mesmo tempo
A solidão assistida pelo medo
Com o tempo nos leva a depressão
Que por sua vez nos oprime
E nos sufoca trazendo pânico
E nos escondendo uns dos outros
Cada vez mais
Vivemos na cidade, vivemos na selva.
Feito bichos, meio gente.

Lili Ribeiro
03/08/07

Beijo na Chuva

Beijo na Chuva


Ao entardecer depois de um dia tranqüilo
Vejo as ondas lambendo as pedras na praia
Prenúncio de mais uma noite que chega
Ofuscando a luz de mais um dia
De saudade de ti
Olho as aves se acomodando em seus ninhos
Para mais uma noite de descanso.
Pobre de mim que aqui fiquei
A admirar as ondas do mar
Mais uma vez a noite adormece
A maresia parece mais forte
No céu as nuvens mudam a cor
E se juntam para mais uma madrugada de chuva.
Ainda te espero,
Hoje você vem
Sinto seu perfume,seu calor
Você está chegando
Sinto seu corpo junto ao meu;
A chuva começa a cair
E entre abraços
Sinto seu beijo molhado
Por gôtas de cristais que se formam
Em nossas bôcas
Enfeitando o beijo tão esperado
Obeijo molhado pela chuva
Sob os aplausos das ondas do mar.


Lili Ribeiro

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Falo

Falo

Falo!
De um coração triste
Que não quer calar
Falo!
E de tanto que já falei
Já não quero mais falar
Mas falo,
Falo sempre que posso
Emudecer não vou jamais
Pois seria até mesmo
Pior que a morte.
Quem sabe um dia por sorte
A voz que do meu peito salta
Embale a sorte
De ser ouvida aqui, no céu ou no norte.
Um dia talvez eu não queira mais falar
Mas ainda hoje preciso e vou falar.
Incomodo a alguns eu bem sei,
Que sonham,
Com o silencio dos meus sonhos
Calando a minha voz
Embalando-a com musica fúnebre
Silenciando-me com a morte.
Mas hoje eu falo.
Falo das mazelas dos castelos;
Pura ilusão!
Falo da fartura da mesa vazia.
Falo por poesia fluindo feito notas musicais
Falo de um tempo que com o tempo ficou para trás
Falo de nós dois, que já não somos mais.
Falo de um dia que verei o amor fluir
Feito borbulhas nas nascentes de águas frescas
Falo!
Do que não pode morrer.
Calo-me,
Quando olho pra você e vejo-te falando tanta coisa,
E engasgando o que quer me dizer.
Lili Ribeiro
15/04/07

Só Mais Uma Vez

Só Mais Uma Vez

Mais uma vez
Abraça-me
Mais uma vez
Toma-me
Mais uma vez
Enxugue-me às lágrimas
Mais uma vez
Adormeça em meus braços
Mais uma vez
Deixe o seu corpo descansar sobre o meu
Mais uma vez
Deixe-me sentir sua respiração em meu peito
Deixe-me sentir o cheiro do seu amor,
Brotar pelos seus poros.
Só mais uma vez
Olhe em meus olhos e colha deles
O amor que eu tenho para te dar
Só mais uma vez
Aqueça-me com a sua pele.
Apenas hoje
Fique até mais tarde,
Enrolado em meus lençóis.
Só mais uma vez
Antes que te vás
Diga que me amou
E que o tempo que aqui ficou
Não me enganou.
Apenas hoje, diga que me amou.
E que o tempo que aqui ficou não foi perdido
E que lá no fundo
Por ti, eu não serei esquecida.
Apenas por hoje
Só mais uma vez
Diga que me amou...

Lili Ribeiro
29/03/07

domingo, 21 de outubro de 2007

TE QUERO

Te Quero

Das montanhas te observava
Caminhavas tranqüilo
Sobre pedras lisas,
A margem do riacho
Estavas lindo!
Seus cabelos esvoaçando ao vento
Com lindos reflexos coloridos
Ao pôr- do- sol
Seus pés descalços, molhados.
Cantarolavas suavemente,
Uma música bonita!
E vagarosamente as montanhas subistes
Desci as pressas para te encontrar
Ali parei, diante de ti.
Te chamei de meu
Meu homem, meu tudo,
Meu todo meu;
Meu amado Venha,
Que logo a chuva começa a cair;
Tem uma choupana
Que nos espera,
Um chá quente,
Uma lareira...

Lili Ribeiro

terça-feira, 16 de outubro de 2007

................! De Um Tempo

DE UM TEMPO


Aquele rio não era tão bonito quanto o pintei
E as cobras não eram venenosas.
O morro não era tão alto
E o gato não morreu.
Ele ainda está vivo , mas continua doente.
Aquele adeus foi real .
Os ciganos foram embora.
E a lágrima cessou.
O demônio está preso no acordeom
E a galinha ninguém comeu.
O cachorro nadou até sair da água.
O sorriso era deboche.
O aceno de mão foi inocente,
Mas a coça que a vida me deu doeu demais.
Aquela estrada não era tão longa
Nem tão larga.
Na nascente ainda brota água.
A mata que já não era tão tenra
Quase não existe mais.
A estrada é só uma trilha,
A floresta só arbustos,
A areia era branca demais!
A cobra era vermelha e preta sim!.
A lua continua bela e no mesmo lugar,
Mas seu brilho é menor
Porque o campo virou cidade.
VIDA: É nome Dela que está deixando de viver.
Os frutos eram verdes e viçosos,
Mas a árvore foi arrancada;
Meu coração chora ao vê-los murcharem
E não posso fazer nada para mudar este quadro
Não vejo saída por enquanto;
O túnel está escuro ,
A janela está fechada
Mas o céu está aberto
E as estrelas continuam a brilhar.
O amanhã há de acontecer
A cortina há de abrir
E a platéia há de aplaudir
O palhaço está triste, mas ainda não morreu.
VITÓRIA; Há de ser o nome da mulher
Que espero para nascer.

Lili Ribeiro

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Bem Vinda Noite

Bem-vinda Noite

Tarde da noite vou ao jardim
Paro e olho para o céu,
À noite está escura demais.
Não há estrelas e de negro se veste a noite
Tão fria e frágil.
Parece que o céu se escondeu,
Morcegos abusados cortam as árvores
Com seus vôos rasantes
E mergulham na escuridão.
Uma noite sem brilho que espera talvez a chuva
A chuva que vai preparar a terra para um novo semear.
Acolher a semente que o morcego trouxe
E logo se transformara em flores e frutos.
Pra matar a fome dos pássaros e dos homens.
Bem-vinda noite, bem-vinda chuva.
E bem-vindo o fruto.
Bem-vindo seja o dia que nascer depois desta noite
Que beijado será pela chuva que Deus dá;
Bendita noite que comigo está
Bendito vento que a chuva trás.
Ajoelho e oro, agradeço a Deus,
Pelos anjos que não vejo, mas sinto que aqui estão.
Enviados por Ele, guardando a terra, a vida.
E o sol que há de nascer depois da noite, depois da chuva.
E com a chuva o chão coberto de verde e de flores;
Depois à noite, depois a chuva, depois o vento, um outro dia...!

Lili Ribeiro
15/04/07

Uma Só Vida

Uma só vida.

Fala-me das flores, mas não me fala das dores.
Conta-me suas vitórias e esqueça as tuas derrotas
Pintas o céu de azul ou da cor das rosas
Mas não o deixe tão cinzento
Igual às noites de inverno
Nas quais me deixastes sozinha
Crie um caminho e entre mata à dentro
Traga as pedras preciosas e deixe as pedras brutas
Não questione o sol nem chame à chuva
Pare um pouco e olhe à lua
Veja que ela não é só sua
Pois todos a vêem lá da rua.
Traga-me um porto
Mesmo que não seja tão seguro
Traga-me às noites frescas de outrora
E os sonhos que em mim deixei morrer
Faça-os renascer
Para que eles fluam feito às marés
Batendo nas rochas
Trazendo conchas multicoloridas
Pra encantar de novo a vida
A sua
A minha
As nossas vidas que juntas formam
Uma só vida!

Lili Ribeiro
02/09/07

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Doce Amor

Doce Amor

Olhando em seus olhos
Posso contemplar à tua alma risonha
Felicitando-me pela minha chegada
De mais um dia de saudade de ti
Doce amor da minha vida
Onde eu estiver, mesmo que seja.
Do outro lado do mundo
Qualquer revoada de pássaros
Ou um canto de sereia
Qualquer coisa que brilhe à meia noite
Ou a qualquer hora do dia
Sempre me lembrará a alma encantadora
Que a menina dos seus olhos me deixa ver
Doce encanto dos meus sonhos
Se soubesses o quanto te amo
Com certeza não me deixarias
A te esperar por tantos dias
Pra contemplar toda magia
Que o seu sorriso irradia
Doce sol de primavera
Quem me dera tivesse em meu poder
Tomar-te e afogar-te em meus beijos
Em todo o instante em que eu quiser
E em todo inverno que chegar
Nos meus braços te tomar
Pra fazer verão como às andorinhas
Voando para o norte e lá ter à sorte
De colher os frutos que tu trazes no outono
E contigo, fazer revoadas feito elas.
Darmos risadas de prazeres
Delinear teus lábios com minha língua.
E deixar teus cabelos em desalinho
Com tantos dos meus carinhos
Doce amor, fica, por favor!
E não me deixes mais partir
Fico a me ferir cada vez que tenho que ir.

Lili Ribeiro