sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Falo

Falo

Falo!
De um coração triste
Que não quer calar
Falo!
E de tanto que já falei
Já não quero mais falar
Mas falo,
Falo sempre que posso
Emudecer não vou jamais
Pois seria até mesmo
Pior que a morte.
Quem sabe um dia por sorte
A voz que do meu peito salta
Embale a sorte
De ser ouvida aqui, no céu ou no norte.
Um dia talvez eu não queira mais falar
Mas ainda hoje preciso e vou falar.
Incomodo a alguns eu bem sei,
Que sonham,
Com o silencio dos meus sonhos
Calando a minha voz
Embalando-a com musica fúnebre
Silenciando-me com a morte.
Mas hoje eu falo.
Falo das mazelas dos castelos;
Pura ilusão!
Falo da fartura da mesa vazia.
Falo por poesia fluindo feito notas musicais
Falo de um tempo que com o tempo ficou para trás
Falo de nós dois, que já não somos mais.
Falo de um dia que verei o amor fluir
Feito borbulhas nas nascentes de águas frescas
Falo!
Do que não pode morrer.
Calo-me,
Quando olho pra você e vejo-te falando tanta coisa,
E engasgando o que quer me dizer.
Lili Ribeiro
15/04/07

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