quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Miragem

Miragem
Diante de um plácido rio
Eu estava
Quando tu caminhavas
Em minha direção
No reflexo das águas
Vi seu rosto resplandecendo,
Como num espelho
Tão nítida a imagem
Que parecia ser miragem
Que lindo milagre!
Que longa viagem!
Assim, eu te busco
Do teu infinito silêncio
No teu esconderijo mais que oculto
Muito distante
E somente através destas plácidas águas
Posso te possuir
Imaginando seu corpo nu
Se aproximando
Pisando este imenso tapete verde
Que a natureza tece
Não! Não toque nesta água,
Não a turve
Deixe-me ver
Teu corpo se aproximando
Me tocando ao relento
Neste finalzinho de lua
Deixe-me tocar seu corpo
Te possuir
Sentir tua mão atrevida
Me buscando, me possuindo
Na beira deste rio.
Não! Não! O vento sopra a água
Tua imagem não é mais a mesma
Está indo, que saudade
Quanta falta me faz
Nem podes imaginar
O gélido vazio que deixastes
Mas eu tenho este plácido rio
Eu tenho esta saudade
Que pôr alguns segundos
Me faz sonhar,
Com a sua volta.
Lili Ribeiro

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